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Em "Ophelia Blue", a artista apresenta uma mulher que está, aparentemente, em um estado de limbo.Enquanto ela se deita no musgo e na água, há uma luz divina que radia a cena. Como uma nuvem aceitando sua cadência no mar, seu vestido se metamorfoseou em um céu de coral. Não sabemos se ela está viva ou não, ou até mesmo se precisa de ajuda. Tschäpe não se preocupa tanto em desenvolver essa narrativa, apenas em articular visualmente a atemporalidade como um fragmento. Enquanto a Ophelia de Shakespeare cai de uma árvore: "Chorando. Suas roupas abriram-se; e, como uma sereia, por um tempo...

"O desenho de Vik Muniz, base da fotografia com a qual participa da comemoração da Carbono, versa sobre a circularidade que, vista em perspectiva, salta do plano para se revelar espiralado. Vik faz o desenho de uma árvore queimada, esgalhada e retorcida, para tanto emprega papel, lápis e carvão, todos com o mesmo denominador comum: nascidos do processamento de árvores. Contudo, a visão trágica de uma floresta queimada, o corpo convulso e morto da árvore, leva a pensar na interrupção de um processo que se retroalimenta, no risco iminente de atingirmos nosso próprio fim." Agnaldo Farias ...